sábado, 15 de junho de 2013

Teste para 2014: Mané Garrincha sofre com protestos, bares e assentos

Bombas de efeito moral, tiros com bala de borracha e muita correria. Em alguns momentos, o entorno do Estádio Mané Garrincha se transformou em um verdadeiro campo de batalha neste sábado, pouco antes da vitória do Brasil por 3 a 0 sobre o Japão, pela abertura da Copa das Confederações, em Brasília. Dentro do estádio, problemas que já tinham acontecido nos eventos-teste realizados voltaram a atormentar os torcedores, como cadeiras inexistentes, longas filas nos bares e falta de alimentos. Problemas de organização que terão um ano para serem resolvidos e não prejudicar a Copa do Mundo de 2014.
Protesto Brasilia Mané Garrincha Fumaça (Foto: Reuters)Bombas de efeito moral são usadas contra os manifestantes na porta do Mané Garrincha (Foto: Reuters)
O principal problema na organização da partida deste sábado começou cedo, fora do estádio. Seguindo a onda de protestos que tomou conta de capitais como São Paulo e Rio de Janeiro nas últimas semanas, estudantes de Brasília organizaram uma grande movimentação próximo ao Mané Garrincha. Com cartazes contra a realização dos grandes eventos esportivos no Brasil, cerca 500 estudantes iniciaram às 10h da manhã uma caminhada da Rodoviária de Brasília em direção ao estádio.
No início, o protesto foi pacífico e controlado pela polícia. No entanto, por volta das 12h, quando os portões do estádio foram abertos, os manifestantes conseguiram ocupar o estacionamento do estádio e se posicionaram próximo aos acessos dos torcedores. A princípio, as forças de segurança apenas cercaram os protestantes, que tentavam se movimentar em frente aos portões. Mas depois de cerca de duas horas de clima tenso no local, a polícia começou a reagir com bombas de efeito moral e balas de borracha, gerando grande correria entre torcedores que aguardavam para entrar no estádio.
- Estava na fila com minha esposa e meu filho quando começou a correria. Carros passando, cavalos correndo em nossa direção. Ficamos muito assustados. Acho que todos têm o direito de protestar, até concordo com algumas das reivindicações. Mas tem que ter mais consciência dos manifestantes e da polícia porque tem muita gente que não tem nada com a história em perigo - afirmou o servidor público Alan Kennedy.
Com a reação da PM, por volta das 14h30, os manifestantes estavam dispersos e a situação aparentemente tranquila. Porém, rapidamente, cerca de 200 estudantes se reuniram novamente uma vez e voltaram a se aproximar dos portões de entrada do estádio. A polícia reagiu mais uma vez e a confusão recomeçou. A cada investida da tropa de choque da PM, os estudantes ser espalhavam, mas rapidamente se uniam novamente.
Apenas por volta das 15h30, o clima começou a tranquilizar novamente no entorno do estádio. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, pelo menos 19 manifestantes foram presos e 10 menores de idade apreendidos. Mais de 50 pessoas também ficaram feridas entre protestantes e policiais militares. Segundo a Secretaria de Saúde do DF, ninguém em estado grave.
Filas andam rápido na entrada, mas bares falham
Ao contrário dos eventos-teste realizados no Mané Garrincha (final do campeonato candango e Flamengo 0 x 0 Santos pelo brasileirão), as filas nos portões de entrada do estão não foram um grande problema. A maioria dos torcedores chegou cedo e levou menos de 30 minutos para passar pelos detectores de metais. Por volta das 13h30, algumas filas ficaram maiores houve reclamação por conta de falta de informação.
Porém, se as filas na entrada não foram tão grandes, dentro do estádio, elas ficaram enormes nos bares, principalmente no período pouco antes do início da partida e no intervalo do jogo. Torcedores reclamaram bastante da longa espera e da falta de alimentos.- Não tem ninguém para informar nada. Entramos em uma fila grande e, só depois, ouvimos que tinha outra menor mais na frente. Já estamos há 45 minutos na fila e vimos também que tem dois portões fechados - protestou a professora Fernanda Alves.
- As máquinas de passar o cartão não funcionam. Há poucos atendentes. Falta comida. A bebida, quando tem, está quente. Muito mal organizado - protestou o torcedor Ramon Aquino.
problemas no Mané Garrincha (Foto: Fabrício Marques)Filas nos bares: falta de comida irrita boa parte dos torcedores em Brasília  (Foto: Fabrício Marques)
Segundo a Fifa, foi feito um acompanhamento rigoroso sobre a questão dos alimentos e bebidas no estádio e afimaram que em nenhum momento a concessionária ficou sem comida. No entanto, admitiram as filas grandes no intervalo e prometeram melhorias para os próximos jogos.
- Como em qualquer grande evento esportivo, as filas nas lanchonetes eram longas no intervalo. Estamos constantemente monitorando nossos serviços e ajustando o necessário para garantir uma ótima experiência para os torcedores nas próximas partidas - diz comunicado enviado ao GLOBOESPORTE.COM.
Assentos inexistentes e ingressos caros posicionados no 'teto'
Outro problema que já havia incomodado torcedores no jogo entre Santos e Flamengo, no dia 26 de maio, voltou a acontecer neste sábado: os assentos inexistentes. Muitos torcedores não encontraram o local identificado nos ingressos. Em alguns casos, como do estudante Lucas Assis, o problema foi solucionado.
- Procurei o pessoal da Fifa e me indicaram para outro assento em um lugar até melhor que o meu. Consegui resolver rápido - contou.
problemas no Mané Garrincha (Foto: Fabrício Marques)Pessoas exibem ingressos, mas não encontram cadeira para na arquibancada (Foto:Fabrício Marques)
No entanto, muitos outros não tiveram a mesma sorte. Foi o caso do servidor federal Luiz Gustavo Duarte, que comprou o ingresso para o setor 407, na fileira T, cadeira 33. No entanto, só havia até o número 32.
- Acho um absurdo. Procuramos o pessoal da Fifa e nos ofereceram sentar em outro setor, atrás do gol. Ia ficar longe da família e em um lugar pior. Preferi sentar no degrau da arquibancada mesmo - reclamou o torcedor, acompanhado de vários outros que sofreram com o mesmo problema.
Outra reclamação frequente entre os torcedores foi sobre a divisão do mapa de assentos do estádio. Um grupo que comprou ingressos da categoria 1, a mais cara (R$ 266), acabou sentando na última fileira do estádio.
- É uma vergonha. Não deram um mapa para escolhermos os assentos. Compramos pensando que ficaríamos mais perto do campo e acabamos sentando na última fila. Isso não pode acontecer - protestou o médico Lázaro Miranda, de 63 anos.
- Foi legal. O estádio é bonito e o Brasil venceu. Mas ainda tem muito o que melhorar. Faltou sinalização e orientação na entrada e dentro do estádio. As filas dos bares estavam impossíveis. Com certeza, vão precisar rever estas coisas para a Copa do Mundo do ano que vem - avaliou ao fim do jogo o torcedor Rodrigo Ferreira.
problemas no Mané Garrincha (Foto: Fabrício Marques)



Fonte:http://globoesporte.globo.com/futebol/copa-das-confederacoes/noticia/2013/06/teste-para-2014-mane-garrincha-sofre-com-protestos-bares-e-assentos.html
Mesmo com bilhetes caros, torcedores sentam no último andar do estádio (Foto: Fabrício Marques)

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