Lar, doce lar
A estreia de qualquer país anfitrião em um torneio está sempre cercada por expectativas. No caso doBrasil, proclamado o país do futebol, então? A apreensão só cresce. E, para esta Seleção específica, que abriu a Copa das Confederações da FIFA 2013 no sábado passado, a pressão parecia ainda maior.
Um levantamento do FIFA.com, porém, mostra que, na hora de os comandados de Luiz Felipe Scolari entrarem em campo nesta quarta-feira, contra o México, em Fortaleza, há mais motivos para o público local ter confiança do que dúvidas a respeito. E não apenas por causa da boa estreia contra o Japão, no sábado, com um triunfo por 3 a 0.
Na verdade, quando joga em casa, a Seleção não sabe o que é uma derrota há 30 partidas – ou desde o dia 21 de agosto de 2002, justamente na despedida de Felipão em sua primeira passagem pelo cargo, na mesmíssima capital cearense, contra o Paraguai (1 a 0). De lá para cá? Foram 21 vitórias e nove empates em jogos oficiais. Além disso, o time anotou 72 gols (média de 2,4 por embate) e sofreu apenas 18 (0,6).
“Mostra a nossa força aqui, mesmo com essa pressão que existe, que é natural”, afirma o atacanteFred ao FIFA.com. “O que tem nos deixado surpresos, além desse número, é principalmente o apoio da nossa torcida. Claro que isso tudo vai depender muito de nosso rendimento dentro de campo, mas esperamos seguir com as vitórias para manter essa estatística e, principalmente, o torcedor do nosso lado.”
Durante essa sequência invicta, a Seleção enfrentou seus maiores rivais sul-americanos, Argentina e Uruguai, ambos campeões mundiais, por quatro e duas vezes, respectivamente. Holanda, Portugal e, mais recentemente, Inglaterra e França foram outras equipes que estavam do outro lado do gramado.
Então, por que a desconfiança? O jovem meia Oscar, de apenas 21 anos, mostra consciência e oferece uma perspectiva maior, surpreendente até, para alguém que disputa apenas suas primeiras temporadas com a Seleção principal. “É que ultimamente o Brasil não vem conquistando títulos, e isso aí causa um pouquinho de pressão entre a gente”, diz ao FIFA.com. “Mas, dentro de casa, a gente é muito forte e sempre foi. Esses números mostram isso.”
Essa força foi colocada à prova no sábado, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, em que o time teve grande apoio do público. Qualquer possibilidade de tensão, contudo, foi aliviada a partir do golaço de Neymar a três minutos de jogo.
Mas não é sempre, claro, que a Seleção vá conseguir um gol tão rápido assim. Em duelos mais equilibrados, porém, a paciência - tanto dos jogadores quanto dos atletas - pode ser testada, independentemente de qualquer retrospecto. “Claro que em alguns momentos da partida a gente fica um pouco mais posicionado, e o torcedor pode não entender, mas na estreia foi importante a presença deles. O carinho deles é importantíssimo para nós, e em Brasília demonstraram isso”, disse o volante Paulinho. “Nós temos que fazer o nosso trabalho, e o torcedor vem para o nosso lado aos poucos. Então é trabalhar da melhor maneira possível para trazer o povo brasileiro para torcer para nós.”
Por um jogo, pelo menos, esse foi o cenário. Agora os jogadores esperam estender essa sintonia para Fortaleza e, depois, Salvador, para o confronto com Itália. São essas as rodadas já programadas. A meta do grupo, porém, vai muito mais longe. “Espero que continue assim, né?”, diz David Luiz ao FIFA.com, rindo. “Que a gente consiga levar esse tabu, que ele não seja quebrado. Pois este ano a Copa das Confederações é aqui. No ano que vem, a Copa do Mundo também.”
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